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terça-feira, 5 de maio de 2015

SOBRE ESAÚ e JACÓ: QUAL É O TEU GUISADO?



"E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura?"
     Você já provou um guisado? Este é um prato típico da culinária judaica servido no Rosh Hashaná (festividade judaica que comemora o início do ano [celebrado nos dois primeiros dias de tisri (entre setembro e outubro), Ano Novo Judaico]. A Bíblia conta que Esaú o primogênito de Jacó, estava retornando da caça muito cansado e faminto, e encontrou Jacó, seu irmão gemelar (Jacó foi o segundo a sair do útero de sua mãe, Rebecca), cozinhando um guisado vermelho (por isso se chama Edom), que por sinal, deveria estar muito aromático  e saboroso, pois deixou Esaú 'fora de si', já que estava louco de fome, fazendo que este suplicasse um pouco do guisado a Jacó. Este irmão mais novo, que não era bobo, sabendo que seu irmão mais velho estava faminto; aproveitou o ensejo, pois sabia que Esaú faria qualquer coisa para saciar a sua fome e desejo, formalizando uma troca: o guisado pela primogenitura. Por que essa troca inusitada? Por que Jacó estava tão interessado na primogenitura de Esaú?  Naquela época, o primogênito era considerado pelos judeus como o mais puro e mais forte, pois Deus privilegiava a primogenitura, sendo considerado o melhor representante de sua linhagem, com a atribuição de privilégios e responsabilidade, dupla porção da herança entre seus irmãos e liderança da família, novo chefe e líder espiritual da casa, devendo cuidar da mãe até a sua morte e das irmãs solteiras até o casamento, mas esse direito a primogenitura poderia ser vendido, por isso essa 'manobra' de Jacó. O tanto do interesse de Jacó neste direito a primogenitura é que havia uma promessa da 'benção' de Deus feita a Abraão, seu avô, que passaria de geração em geração, pelos primogênitos, os quais receberiam a benção da primogenitura, do pai para o filho mais velho, significando a presença de Deus pelo resto de sua vida, e gerações subsequentes. 'Trocando' em miúdos essa troca: Deus ama aquele que busca a Sua presença e Esaú fez desdém dela, trocando a sua primogenitura por um prazer, uma necessidade pontual de saciar o seu desejo natural, carnal, fisiológico e não o espiritual; ao contrário de Jacó, que deu muito maior importância a ser abençoado por Deus por intermédio de seu pai, se valendo da fraqueza do seu irmão para  obtê-la. Como Isaque não sabia da intenções de Jacó e, certamente, não aprovaria a venda da primogenitura, e Jacó tinha que ser abençoado por seu pai, passando-se por seu irmão, para validar a primogenitura, pois se Esaú recebesse a benção do pai, de que adiantaria a troca.  Muito provavelmente, essa seria a intenção de Esaú, conseguindo o guisado e ainda teria a benção da primogenitura. Jacó, marotamente, adiantou-se, estimulado por sua mãe Rebecca (que tinha preferência por ele, diferente de seu pai que a tinha por Esaú), apressando-se em ser abençoado por seu pai, aproveitando que seu pai pedira um prato de caça e depois dar a benção. Preparou uma refeição para Isaque antes que Esaú chegasse da caça pedida por seu pai. Não cabe a nós julgar o ato de Jacó, pois Deus tinha Seus propósitos, já sabendo de antemão o que aconteceria (vs. 25). Esaú era homem do campo e Jacó caseiro; possivelmente, Jacó estava mais inteirado sobre a relevância da promessa do que Esaú que, por ser homem de caça e o primeiro da linhagem da primogenitura, fosse talvez bastante orgulhoso e arrogante, passando a maior parte do tempo fora, caçando; enquanto que Jacó, de temperamento mais simples, ficava com sua mãe na cozinha aprendendo sobre as tradições familiares e ouvindo a conversa dos mais velhos (vs. 27).  A relevância neste episódio bíblico é que na maioria da vezes agimos como Esaú e não como Jacó. Ao invés de fazermos tudo que estiver ao nosso alcance,  para termos a presença de Deus em nós e obtermos o direito de herança por adoção, dada a Abraão, agimos como Esaú, orgulhosos e soberbos, deixando de lado as promessas de Deus para a nossa vida,  interessando-nos somente pelo que vemos, pelo que é material; trocando nosso direito como filhos do Pai Eterno, por prazeres efêmeros e satisfazendo-nos com coisas fugazes. Esquecemos que estes prazeres, como o adjetivo já diz, passam rapidamente, enquanto a benção de Deus alcança gerações e mais gerações daqueles que O obedecem e dEle se agradam. Quão 'bocós' somos, lambendo os beiços, por um 'guisado' (bens materiais, poder, orgulho, sexo ilícito, etc.) que sacia a 'fome' por pouco tempo, não nos satisfazendo de todo e, tão logo, sentiremos de novo esses desejos, sendo compelidos a fazê-lo novamente, acostumando-nos aos 'guisados' (é muito fácil acostumar-se com os prazeres efêmeros, principalmente se não houver alguma consequência imediata - e o diabo sabe disso), deixando de nos saciarmos com o maná de Deus que alimenta o corpo e a alma preparando-nos para a vida eterna com Ele, já que somos os primogênitos da criação. 
     Você está se saciando, preenchendo as suas necessidades com 'guisados' terrenos? Qual o seu 'guisado' preferido (luxúria, prevaricação, propinas, pornografia, apego ao dinheiro e bens materiais, poder, etc.)? O que é mais importante para você: agradar-se a si mesmo, fazendo tudo o que tem vontade, saciando-se ou agradar a Deus,  que exige abdicação e obediência?
     Ore a Deus pedindo para que Ele te mostre aonde está o teu 'tesouro', a tua fraqueza (geralmente, coisas materiais que você "não abre mão", ou acha que não tem "nada a ver"), pois ali estará o teu coração.
     Seja abençoado por Deus hoje e sempre!.


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